O dia em que a gente acorda feliz
Sabe aquele dia em que a gente acorda feliz, de bem com a vida, sem saber por quê?
Por que saber?
Já se deu conta de que esse momento mágico começa a se
quebrar, como um vidro se estilhaçando em câmara lenta, na medida em que
tentamos buscar a razão dessa plenitude matinal?
Por que questionar?
Sentir e viver intensamente essa felicidade sem razão não é
suficiente?
Por que precisamos de respostas mesmo quando não há o que
perguntar?
Por que necessitamos de explicação para todos os nossos
sentimentos, quando estes são simplesmente o que são?
Por que perseguimos uma razão de ser para cada momento de
nossas vidas, quando alguns sequer foram planejados?
Tentamos racionalizar essa felicidade inesperada, que chegou
do nada, sem pedir licença, que veio sem ser convidada e nem bateu na porta
para nos avisar que iria chegar e, assim mesmo, entrou.
Naquele exato momento em que acordarmos, ela simplesmente
entrou em nosso ser, sem alarde, delicada, mansa como uma brisa, uma música
para os ouvidos, um raio de luz na nossa manhã.... ah, que sensação deliciosa!
E, porque não viver esse lapso de felicidade
plena, nos deixando levar por ela, sem pensar em coisa alguma?
Sim, porque do contrário, em um piscar de olhos, corremos o risco de apagar
esse momento único com uma simples pergunta: por que estou tão feliz?
Foto: Kelly Vohs / Unsplash
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