Cultura do chá é reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade
A Cultura do chá (Çay) da Turquia e Azerbaijão e as técnicas
tradicionais de processamento de chá da China foram reconhecidas pela UNESCO
como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Ambas nomeações foram divulgadas na 17ª sessão do Comitê
Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural
Imaterial Mundial, realizada em 28 de novembro a 03 de dezembro de 2022 em
Marrocos.
Como Patrimônio Cultural Imaterial, a UNESCO
considera a preservação de práticas culturais de identidade e memória de um
grupo étnico cujos bens, como expressões, costumes, saberes, hábitos,
habilidades e técnicas, são transmitidos de geração em geração.
Nesse contexto, entende-se que a cultura imaterial não é
estática e sim dinâmica, sendo constantemente “recriada pelas comunidades e
grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua
história, o que gera um sentimento de identidade e respeito à diversidade
cultural e à criatividade humana”.
A cultura do Çay (chá) na Turquia e Azerbaijão
Dependendo da região em que é consumido, a técnica e o preparo do chá podem se diferenciar em alguns aspectos, porém o fato mais notável, reconhecido pela UNESCO, é que o Çay tem uma importância central na vida cotidiana de todas as camadas sociais da Turquia e do Azerbaijão, proporcionando “um forte senso de identidade cultural”.
Em ambos países, o chá preto é predominante e comumente servido quente, em um copo peculiar, curvo em forma de pera, podendo ser de vidro, porcelana, faiança ou prata. Em várias ocasiões, sejam sociais, familiares ou profissionais, o Çay é apreciado com doces, biscoitos, frutas e castanhas.
As técnicas tradicionais de processamento de chá e práticas sociais na China
De acordo com a UNESCO, as técnicas tradicionais de processamento de chá e práticas sociais associadas da China inscritas no Patrimônio Imaterial Mundial “envolvem o conhecimento, habilidades e experiências em torno do gerenciamento de plantações de chá, colheita de folhas de chá, processamento manual, consumo e compartilhamento”.
Da Camellia Sinensis,
os produtores chineses desenvolveram seis categorias básicas de chá: verde,
branco, preto, amarelo, oolong e o escuro, os quais constituem a base para o
desenvolvimento de inúmeros outros produtos de chá que variam em cor, aroma,
sabor e forma.
Nesta inscrição, a UNESCO assinala ainda a importância da
transmissão do conhecimento e das tradições por meio das famílias e de todos os
envolvidos na cadeia do chá, sendo esta, uma oportunidade de sensibilizar o
público em geral, para a profunda relação do homem com a natureza e a necessidade
de proteção dos ecossistemas terrestres.
Inscrições do Çay e do chá chinês têm muito em comum
As inscrições da Turquia / Azerbaijão e da China consideram diferentes
aspectos do chá nestas culturas: para o Çay, o hábito permanente de consumo da
bebida na Turquia e no Azerbaijão; e na China, as técnicas tradicionais de
processamento de chá e as práticas sociais associadas.
Ambas propostas têm um forte sentido em comum: a preservação
da cultura ancestral do chá, a qual continua sendo, nos dias atuais, parte
integrante e indissolúvel do cotidiano da população destes países.
O que representa o chá para estes povos? Conforme assinala a UNESCO, “é um símbolo de
identidade cultural, hospitalidade e interação social. Beber e compartilhar chá
está profundamente integrado à vida cotidiana das pessoas. É uma prática que
constrói e mantém os laços sociais e é usada para celebrar todos os momentos
importantes na vida das comunidades”.
Uma reflexão final
A inclusão de ambos temas na lista de Patrimônio Cultural Imaterial
Mundial confirma a importância do chá em diferentes momentos da linha do tempo
e, principalmente o valor desta bebida para as organizações sociais, ao promover a reunião de pessoas, a comunhão, a confraternização, a saúde individual e
coletiva.
Sem dúvida, estes mesmos valores também são reconhecidos,
mundialmente, por todos os adeptos do chá.
Em outras culturas e países e em diferentes proporções, o sentido
do chá continua sendo, em qualquer local, o meio de se reunir ou estar com
outros, de trocar ideias, de comemorar, de refazer os sentidos, de refletir, de
se reabilitar, se alegrar ou repousar.
Os resultados e as sensações proporcionados pelo chá a
qualquer pessoa, sem qualquer restrição cultural, social ou econômica, em
qualquer parte do mundo, confirmam efetivamente, o valor do chá e a necessidade
de preservação em todos os aspectos de sua cadeia produtiva, estejam estes no
âmbito cultural, social, tecnológico ou ambiental.
Ao reconhecermos a importância de todas estas vertentes, os
valores do chá estarão, efetivamente, assegurados para os nossos descendentes.
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