A agonia do sono
O meu dia haviasido intenso, de muito trabalho, barulho e
agitação.
Tudo o que eu queria no final do dia, era uma verdadeira imersão
no silêncio e na tranquilidade de minha casa, com uma longa noite de descanso e
o “sono dos deuses”.
Ao chegar no meu “lar, doce lar”, estava tão cansada, que apesar
da fome, não tinha energia para preparar qualquer refeição; tomei um banho
longo para ver se relaxava e, nenhum resultado definitivo ... Ainda estava tão agitada
em meu íntimo, que a possibilidade de ir para a cama, simplesmente fechar os
olhos e dormir, se apresentou, logo de cara, como uma doce ilusão.
Então, como era de se esperar, fiquei vagando de uma
atividade para outra, de um lugar para outro na casa, tentando “deletar” a
energia estressante do meu dia. Sim, porque ficar rolando na cama até o sono
chegar, nem pensar! Isso seria um horror mental!
Ok, pensei ... Se não vou dormir, vou ler!
Para mim, ler antes de dormir é uma faca de dois gumes. De um lado, se o livro é bom, fico acordada para ler um pouco mais, e mais um pouquinho, só mais um pouco, e se o livro está chegando no final então, aí que mora o perigo: leio até terminar. Ou seja, durmo tarde demais.
Do outro lado, se o livro é daquele tipo que começo a ler com todo entusiasmo e à medida que a leitura vai avançando, a animação vai se perdendo, então é outra estória.
Sim, porque nesse caso, começo a leitura sempre com a ideia de que a história vai melhorar (o que na maioria das vezes não acontece). Então, no decorrer do tempo, vou ficando entediada e uma série de pensamentos começam a me visitar aleatoriamente enquanto estou lendo.
Quando percebo que estou viajando em outras ideias, retorno ao livro, tento entender em que trecho eu estava, volto atrás para lembrar de uma passagem lida sem atenção, ou seja, entro em um ciclo de energia que me dá o maior sono.
Bem, voltando à minha agonia do sono, a minha opção foi, sem dúvida alguma, um livro da segunda categoria. Nesse dia, entretanto, apesar
de bons e longos devaneios na leitura, a tática parecia não funcionar.
Aquilo parecia uma alucinação ... e, quando dei por mim, lá estava eu acordada, com as janelas fechadas, a luz acesa, a cama arrumada, eu em cima dela, o livro aberto ao meu lado .... Ai! Não é possível! Só cochilei!
Bom, pensei, pelo menos estou me sentindo mais animada e com fome. Levantei-me com a intenção de preparar algo para comer mas antes, fui até a janela para deixar um pouco de ar entrar no quarto.
Ao abrir a cortina, não acreditei ... eu não havia cochilado, mas literalmente desmaiado. Estava um dia lindo demais!
Foto: Andrew Draper / Unsplash
0 Comentários