Pensando em minha companheira
Hoje acordei pensando em minha melhor amiga.
Há anos estamos juntas e nunca havia me dado conta de que
além de amiga, ela é minha melhor companheira em tudo.
Ela está sempre comigo. Dia e noite, faça chuva ou faça sol,
nos dias quentes e frios, nos momentos alegres ou tristes, lá está ela, onde
quer que eu esteja.
E pode parecer estranho, mas ela conversa comigo em
silêncio.
De início, não entendia nada do que me dizia e ficava brava
com ela por não se comunicar comigo de maneira mais simples, mais normal. Mas,
com o tempo, fui aprendendo a sua linguagem e hoje, conversamos bastante.
Interessante é que, mesmo estando juntas tanto tempo, ela
nunca interferiu nas minhas decisões ou no meu caminho.
Ao contrário, ela sempre abdicou de si para ser o meu
espelho. Se eu estava “de bem ou de mau” comigo ou com o mundo, doente ou em
plena forma, preocupada ou tranquila, lá estava ela, firme! Se colocando no meu
lugar.
Aos poucos fui aprendendo a lidar com ela, entendendo melhor
como ela é e hoje, percebo que ela tem muito o que me ensinar.
Mas para isso, aprendi também, com os anos de convivência,
que é preciso abrir o meu coração, a minha mente, o meu “eu” como um todo para
realmente entender o que ela quer me dizer ou me mostrar.
Nesse estágio mais maduro e consciente de nossa amizade,
abdico da minha posição de comando e deixo que ela me conduza em tudo.
Percebi que ela é e sempre foi, puro movimento. E, às vezes,
é difícil acompanhá-la.
Nesse momento tive a plena certeza de
que, enquanto eu tiver força, coragem e lucidez ela estará comigo. Pois sei
também, que se eu desistir de estar com ela de maneira plena, ela fará o mesmo
comigo.
Inconscientemente, sempre me senti feliz com minha amiga e companheira e desde o instante em que consegui enxergar e entender os meandros de nossa relação, digo a ela diariamente: Vida, eu te amo!
Foto: Racool_studio - Freepik
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