Erva mate, o sabor do Brasil

by - domingo, março 05, 2023




Já foi ao Sul do Brasil e experimentou a erva-mate, o sabor do Brasil em um chimarrão? Já se deliciou com o mate gelado na praia do Rio de Janeiro? Ou, já esteve no Mato Grosso e se refrescou com um tereré? 


Pois então, estas três bebidas derivadas da erva-mate têm, além da planta de origem, muito mais em comum: são sinônimo de convívio, saúde, bem estar e prazer para todos os seus adeptos.


Os chás de erva-mate que, anos atrás, eram um legado cultural em suas áreas de origem constituem hoje, uma crescente alternativa de bebida em todo o país.


Inúmeros fatores contribuem para o aumento desta demanda, entre estes, a abrangência das mídias, a opção por bebidas mais saudáveis e até, a migração de pessoas, disseminando seus hábitos culturais.


Independente do meio de divulgação, o importante é que, no Brasil, estamos cada vez mais, conhecendo o potencial da erva-mate, os seus sabores, os seus benefícios e adotando no dia a dia, inúmeras variedades do chá de erva-mate.

 

Diferenças da erva-mate para o chimarrão, o tereré e o mate gelado


O processamento da erva-mate e o preparo de cada bebida são os maiores responsáveis pela diferença de sabor e perfil destes chás.


Assim como os chás derivados da planta Camellia Sinensis, os processos de colheita, secagem e peneiramento da erva-mate são determinantes para as características de sabor, aroma e aparência das bebidas derivadas. 


Os principais tipos de mate resultantes do processamento da planta são:


- mate chimarrão, com maior percentual de folhas (70%) e o restante de galhos (30%), triturados finos, resultando uma bebida com um suave amargor, é muito utilizado no sul do país;


- mate tradicional, com uma granulometria um pouco mais densa do que a erva-mate chimarrão, possui um sabor amargo médio, sendo utilizado tanto para o chimarrão quanto para o tereré;


-  erva-mate moída grossa, como o nome já indica, possui uma moagem mais grossa, o que resulta um sabor mais amargo e maior propensão de entupimento da bomba, o utensílio utilizado para o consumo da bebida;


- erva mate folha, que utiliza apenas a folha do mate; esse tipo resulta um padrão mais consumido no Uruguai e na Argentina e tem um sabor mais amargo entre todos os demais.


Dependendo da procedência da erva-mate e da marca do produto, outros padrões derivados podem ser encontrados no mercado: erva-mate com diferentes níveis de moagem, o que lhes confere um maior ou menor grau de amargor e também, erva-mate com adição de outros componentes em sua produção – outras ervas ou sabores de frutas.

 

O preparo da bebida


As bebidas preparadas com o mate têm em comum o processo de infusão da erva-mate porém, a temperatura da água é o primeiro diferencial importante entre estes.


No chimarrão, o mate é preparado e consumido com água quente; já o tereré é preparado com água fria o que resulta uma bebida bem refrescante.


O mate gelado, da praia do Rio de Janeiro ou aquele que fazemos em casa, utiliza o mate tostado, a granel ou em saquinhos, no processo de infusão - a quente ou a frio – e, na sequência, mantido em baixa temperatura ou recebe a adição de gelo.


Já a bebida mate gelado produzida industrialmente tem etapas distintas de fabricação, pois o seu processo deve atender inúmeros parâmetros determinados por lei.

 

Erva-mate, o sabor do Brasil


Erva-mate ou Ilex paraguariensis (nome científico) é uma árvore originária da região sul da América do Sul e desde a chegada dos descobridores no século XVI, esta planta já era utilizada como bebida pelos índios da região, o que justifica todo o legado cultural da bebida no sul do país.


Brasil e Argentina são os principais produtores mundiais de erva-mate e a quase totalidade da produção brasileira é proveniente do Rio Grande do Sul (45%) e do Paraná (37%). Portanto, além do valor cultural, a erva-mate é um produto de grande valor econômico para as regiões produtoras e para o Brasil.


Grande parte da produção brasileira é consumida no mercado interno (em torno de 80%), principalmente no sul, e o restante é exportado. Ou seja, existe um imenso mercado interno e a totalidade do mercado externo a ser conquistado pela erva-mate brasileira.


Oxalá o Brasil desperte para este potencial e consiga ocupar este espaço antes que outro país o faça. Desta forma, a erva-mate poderá ser efetivamente reconhecida, nacional e internacionalmente, como o sabor do Brasil.



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